A sua terapia nas nossas mãos
O nome Terapia da Fala é redutor para a quantidade de áreas que os Terapeutas da Fala estão inseridos. De um modo geral, e de acordo com o Dicionário Terminológico de Terapia da Fala, 2020 da SPTF, “o Terapeuta da Fala presta cuidados preventivos e de reabilitação/reeducação de forma autónoma e/ou integrado em equipas multidisciplinares, em contexto domiciliário e/ou institucional em todas as idades”. No que respeita à Neonatologia intervém na alimentação e comunicação do recém-nascido e em Pediatria atua no âmbito da “prevenção, diagnóstico e intervenção do processo normal da mobilidade orofacial para a fala, mastigação e deglutição, nas perturbações dos sons da fala, nos atrasos e perturbações da linguagem, nas perturbações da leitura, da escrita e do cálculo, e também em patologias com sequelas da comunicação, deglutição, surdez, autismo e multideficiência”.
A Terapia da Fala é a especialidade que se dedica à prevenção, avaliação, diagnóstico, tratamento e estudo científico da comunicação humana e das perturbações a ela associadas. Estas perturbações podem ser ao nível da fala e da linguagem mas também relacionadas com as funções auditiva, visual, cognitiva, oro-muscular, respiratória, deglutição e voz.
Apesar de serem Terapeutas da Fala, o Desenvolvimento Alimentar faz parte do seu currículo e por conseguinte a sua intervenção poderá ser necessária. São o profissional de saúde (inserido numa grande equipa multidisciplinar) que, após uma avaliação cuidada, intervém directa ou indirectamente (dando orientações e estratégias aos cuidadores) por forma a adequar as competências orais no que concerne à alimentação, proporcionando momentos positivos e prazerosos em redor da refeição e de tudo o que ela representa. Este é o pensamento central de todo o processo de intervenção terapêutica: Providenciar os estímulos exactos e disponibilizar as experiências necessárias para o correto desenvolvimento da função oral e consequentemente o progresso no desenvolvimento alimentar do bebé/criança.
Assim, o Terapeuta da Fala é o profissional habilitado não só para a atuação nas alterações/dificuldades/perturbações de base sensorial, motora e/ou comportamental da sucção, mastigação, deglutição mas também na capacidade de aceitação da diversificação alimentar adequada à faixa etária.
As áreas nas quais a terapia da fala incide são:
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A linguagem;
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A articulação;
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A alimentação;
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A voz.
Quem pode ter acompanhamento em terapia da fala?
O acompanhamento em terapia da fala pode ser feito junto de pessoas de todas as idades, com diferentes patologias que comprometem:
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A comunicação interpessoal;
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Determinadas funções orgânicas, como a mastigação e a deglutição.
Quais são os objetivos da terapia da fala?
A intervenção em terapia da fala está orientada para:
A melhoria da qualidade vocal nas situações referidas;
O acompanhamento pré e pós-cirúrgico em patologias laríngeas.
A reabilitação dos doentes submetidos a cirurgias de tumores de cabeça e do pescoço é também uma área de atuação na terapia da fala.
O objetivo principal nesta área é dirigido ao restabelecimento de padrões de alimentação e de comunicação.
Podemos recorrer a um terapeuta da fala mesmo quando ainda não sabemos falar. A intervenção precoce ajuda a prevenir problemas que podem comprometer uma aprendizagem saudável. Sempre que se verifiquem alterações no domínio da comunicação, linguagem (oral ou escrita), articulação, fluência, voz, audição, motricidade orofacial, sucção, mastigação e deglutição, deve-se recorrer à avaliação de um especialista em terapia da fala.
O trabalho com crianças em idade pré-escolar e escolar incide, essencialmente, no âmbito de:
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Dificuldades na articulação dos sons da fala
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Atraso de desenvolvimento da linguagem.
Estas dificuldades são, muitas vezes, responsáveis por problemas de aprendizagem da leitura e da escrita. Outras áreas funcionais, podem também estar alteradas, como é o caso da motricidade orofacial e da fluência do discurso (gaguez).
Terapia da Fala
em
Idade Pediátrica
Terapia da Fala e Freios Linguais
O impacto do freio da língua curto na saúde do seu filho:
Popularmente conhecido como “língua presa”, o freio da língua curto é frequente em bebés. Felizmente, é uma condição fácil de identificar e tratar, se necessário.
Sabemos quão assustador é para os pais perceber que o desenvolvimento saudável dos seus filhos pode estar comprometido.
A quem devo recorrer se suspeito que o meu filho tem freio lingual curto?
O médico dentista ou o terapeuta da fala são os profissionais certos para o aconselhar em caso de suspeita de freio lingual curto. Aliás, o trabalho conjunto entre ambos facilita não apenas o diagnóstico e tratamento, mas também a recuperação do paciente.
A avaliação da movimentação da língua pode ser feita pelo médico dentista ou pelo terapeuta da fala (ou por ambos, quando a resposta carece de uma análise mais complexa). A partir daí, pode então optar-se pela frenectomia.
No pós-cirurgia, através de terapia miofuncional, o terapeuta da fala acompanha a criança na sua recuperação, promovendo a boa movimentação da língua e a correta mastigação e deglutição e ajudando na reeducação da articulação de sons e palavras.
A cooperação entre médico dentista e terapeuta da fala permite à criança ser acompanhada de uma forma mais completa, já que envolve dois profissionais com áreas de estudo distintas, mas com visões complementares e determinantes para a resolução da condição. Desta forma, a taxa de sucesso aumenta significativamente.
Sinais de alerta
que podem indicar a necessidade de avaliação e de terapia da fala
Dos 0-6 meses
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Não reage a sons;
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Não sorri;
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Não estabelece contacto ocular.
Dos 6-12 meses
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Não emite sons (e.g "mamama" ou "bababa");
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Não reage ao seu nome;
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Não reage a sons familiares.
Dos 2-3 anos
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Apresenta um vocabulário reduzido (inferior a 200 palavras);
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Não questiona;
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Não constrói uma frase com duas ou mais palavras;
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Dificuldade em imitar gestos simples associados a canções infantis;
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Recorre mais a gestos do que a palavras para comunicar.
Dos 4-5 anos
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Omite e/ou troca sons nas palavras;
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Dificuldade em iniciar ou repetir uma palavra, parecendo gaguejar;
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Dificuldade para contar uma história e/ou para descrever acontecimentos simples, da rotina diária;
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Dificuldade em cumprir duas instruções simples;
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Dificuldade em falar ou responder a questões relacionadas com o "ontem" ou o "amanhã".
Dos 12-18 meses
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Não brinca;
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Não produz monossílabos;
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Não reage ao interlocutor, olhando ou sorrindo quando brinca com ele;
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Não recorre à imitação.
Dos 18-24 meses
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Não compreende instruções simples;
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Apresenta um vocabulário reduzido (entre 4 a 6 palavras);
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Não diz palavras simples.
Dos 3-4 anos
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O padrão de fala é pouco inteligível aos interlocutores da criança (pais e o adulto estranho);
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Não produz frases simples;
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Utiliza frequentemente palavras do tipo "isto" e/ou "coisa" em vez da nomeação correta;
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Dificuldade em compreender ordens simples, a não ser que sejam ditas de forma adaptada (muito lentamente e/ou acompanhadas por pistas visuais - gestos, apontar, olhar).
Dos 5-6 anos
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Mantém alterações na articulação correta das palavras;
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Utiliza frases mal estruturadas;
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Discurso incoerente, desorganizado e desadequado à questão que lhe é colocada;
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Dificuldade em manter e explorar um determinado tópico de conversa, com princípio, meio e fim;
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Não consegue dividir as palavras em sílabas e as sílabas em fonemas;
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Dificuldade em discriminar os sons da fala, ou seja, quando ouve "bota" e "mota", a criança não identifica diferenças nas palavras.